quinta-feira, 27 de junho de 2013

Soltinho, pai de Fred não desgruda do rádio em dia especial no Mineirão

Há mais de 20 anos Juarez acompanha os jogos de Frederico. Desde o início, nas peladas de criança em Teófilo Otoni, até os dias atuais, ele já perdeu as contas de quantas vezes assistiu às partidas do filho. Com o tempo, Frederico cresceu, virou Fred e hoje é o camisa 9 da seleção brasileira.
Depois dos campinhos de Teófilo Otoni, no interior de Minas Gerais, Juarez viu de perto o filho partir para brilhar nos gramados do Brasil e do exterior. A tarde dessa última quarta-feira, no entanto, foi especial. Pela primeira vez, ele assistiu a Fred jogar pela seleção brasileira no Mineirão, local que o mineiro define como “casa”. E a estreia foi logo com vitória por 2 a 1 no clássico contra o Uruguai, pelas semifinais da Copa das Confederações, e com direito a gol do artilheiro.
Soltinho antes do apito
 Fred gol Brasil jogo Uruguai (Foto: AP)
Juarez, no entanto, foi mais do que o pai de Fred no Mineirão. “Em casa”, virou atração e teve uma tarde diferente. Ele fez de tudo: concedeu entrevistas, posou para dezenas de fotos, vibrou, roeu unhas, ganhou beijinhos e abraços e foi até jurado de um concurso de musa do Mineirão, promovido pelo programa “Mais Você”, da TV Globo. Fred, aliás, teve a quem puxar quando o assunto é mulheres.
- Ai, se gosto. Gosto muito. Todos dizem que até nisso o Fred se parece comigo – contou Juarez, às gargalhadas.
O assédio a Juarez dentro do estádio foi tanto, que ele teve dificuldades para chegar a seu lugar nas arquibancadas. Ao lado do filho caçula, Igor, não conseguiu acompanhar a execução do Hino Nacional, uma vez que estava posando para fotos com torcedores próximo à área de lanchonetes do Mineirão.
- Acho que vai ser 3 a 1 para o Brasil, com dois do Fred. Ele não me prometeu nada, mas sempre dou uma apertadinha nele – disse, sorrindo, Juarez.Mosaico pai Fred Seu Juarez (Foto: Marcelo Baltar)
Radinho, concentração e explosão
Pode ter sido um jogo diferente para o pai de Fred, mas os velhos hábitos ele não deixou de lado. Bastou a bola rolar, para ele colocar o fone de um rádio a pilhas nos ouvidos para acompanhar o jogo da Seleção. Foi aí que o Juarez descontraído, animado e brincalhão deu lugar ao torcedor sério e concentrado. Com o radinho no ouvido, não participava das “olas” da torcida e muito menos dos gritos de incentivo das arquibancadas. Com os dedos entrelaçados e nitidamente nervoso, Juarez só abria a boca para tecer um ou outro comentário com o filho Igor. E em um deles, balançando a cabeça negativamente, lamentou:
- Foi pênalti – disse ao ver David Luiz puxar Lugano dentro da área, a poucos metros a sua frente.
Foi aí que veio a primeira explosão de alegria. Ao ver Julio César defender a cobrança de Forlán, Juarez vibrou. Abraçou Igor e comemorou. Já sabendo da presença ilustre do pai de Fred na arquibancada do Mineirão, alguns torcedores aproveitaram para celebrar o momento com Juarez.
A comemoração pela defesa de Julio César foi de alívio, mas o jogo seguia empatado. Aos poucos, mesmo constantemente assediado, Juarez voltou a ficar quieto: só ele, o radinho e esporadicamente, uma palavra ou outra com o filho caçula. Foi aí que, a cinco minutos do fim da etapa inicial, Fred aproveitou rebote do chute de Neymar e estufou a rede do Mineirão. Juarez extrapolou e soltou de uma vez toda a energia que havia poupado durante as “olas” da torcida. Desta vez, abraçou não só o filho Igor, mas todos que estavam em volta. Após o gol, “corujou” Fred.
- Você viu como ele pegou? Só dava para pegar daquele jeito, de chapa. Foi no cantinho - disse Juarez, sem saber ainda que a conclusão do filho não tinha sido exatamente do jeito que enxergou da arquibancada, mas de canela.Seu Juarez pai Fred (Foto: Marcelo Baltar)
Unhas roídas e uma nova previsão
No intervalo, muitas fotos com torcedores e um novo comentário sobre as mulheres no Mineirão.
- Nossa, como tem mulher bonita nesse estádio.
O tom de descontração mudou rapidamente no início do segundo tempo, com o gol de Cavani, que deixou tudo igual no Mineirão. Foi então que o nervosismo tomou conta de Juarez. Foi um tal de roer unha e coçar a cabeça durante quase 40 minutos. A serenidade só voltou com o gol de Paulinho e o apito final, que colocaram a Seleção na decisão da Copa das Confederações.
- Estou sem palavras. Que jogo duro, complicado. Mas valeu muito. Estamos na final.
Juarez errou a previsão de dois gols do filho Fred mas, já em tom descontraído após a partida, brincou:
- Quem sabe ele não guardou o segundo para o Maracanã? Todo o Brasil torce por isso, seu Juarez.Fred gol Brasil jogo Uruguai (Foto: Reuters)
 

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