Para Guilherme Ceretta de Lima, que foi 'pego de surpresa' com sua escalação para a decisão, jogador santista recebe muitas faltas
Não é difícil achar atualmente quem defenda a tese de que o atacante Neymar simula muitas faltas, ou seja, de que ele é um "cai-cai". Há quem concorde e quem discorde. Um dos que não acreditam nessa hipótese é o árbitro Guilherme Ceretta de Lima, que apitou a final do Campeonato Paulista entre Santos e Corinthians, no último domingo, na Vila Belmiro.
– Acho que ele não simula (faltas). Ao contrário, acredito que ele recebe muitas faltas. A gente tem que estar preparado para, quando ele receber faltas, assinalar corretamente e, se for simulação, aplicar o cartão amarelo – disse Ceretta, que é de Votorantim (SP) e nesta segunda-feira concedeu entrevista ao vivo para a TV TEM de Sorocaba, afiliada da Rede Globo.
Escalado às pressas para a partida, por conta de um suposto vínculo entre Corinthians e o então escalado Rodrigo Braghetto, Ceretta admitiu ter sido pego de surpresa, mas disse que estava preparado.
– Para falar o português claro: 'Caiu no meu colo'. Eu estava escalado como quarto árbitro e veio a notícia de que haveria um novo sorteio e acabou saindo meu nome. Muitos falaram: 'Ele não está preparado para apitar', mas pelo contrário, a gente sempre está pronto para fazer qualquer jogo. Fico triste pelo colega de profissão (Braghetto), mas fui sorteado e consegui fazer uma arbitragem de alto nível – avaliou.
Esta não foi a primeira vez que o juiz apitou esse clássico. Na primeira fase da competição, Ceretta estava no comando do clássico em que o Timão empatou com o Peixe em 0 a 0, no Morumbi.
Ceretta exibe a bola utilizada na final do Paulistão
– A gente tem que encarar com muita naturalidade. Claro que, por ser
final, pede uma concentração maior, mas quando começa o jogo, o que é
falta, é falta, o que não é falta, não é – falou.Ceretta, porém, admitiu que sempre há uma dificuldade extra de se apitar uma final, por ser mais catimbada.
– O jogo é um pouco mais catimbado. Os jogadores são responsáveis pelo tipo de jogo. O futebol perde muito às vezes, pois os próprios jogadores chutam bola e jogador. 'Eu vou lá chutar a bola, se eu pegar o adversário, faz parte'. Não faz parte, o jogador tem que ser leal – afirmou Ceretta.
Diante da possibilidade de esta ter sido a última partida do atacante Neymar com a camisa do time da baixada e do volante Paulinho, pelo Timão, o juiz contou sobre a conversa pré-jogo com os atletas.
– Conversamos sobre isso no jogo. Falei que eles são jogadores de seleção e tinham que dar exemplo. Acho que ontem (domingo) eles foram muito bem, jogaram bola do começo ao fim. Eles são referências. Eu falei para o Paulinho que, hoje, ele é adversário da torcida do Santos, mas daqui a um mês esses torcedores estarão torcendo por ele quando ele estiver representando o Brasil – concluiu.
A partida na Vila Belmiro terminou em 1 a 1, com gols de Cícero, pelo Santos, e Danilo, pelo Corinthians. Com os placares agregados, o Corinthians venceu o Santos por 3 a 2 e conquistou o título do Paulistão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário