Quando o Botafogo perdeu quase de uma só vez Fellype Gabriel, Andrezinho
e, um pouco depois, Vitinho, durante a janela de transferências
internacionais no meio deste ano, o time sofreu um baque em um único
setor. O desfalque de três peças de alta rotatividade preocupou. Sem
condições de grandes investimentos, a busca por opções no mercado era
complicada. Hyuri, ex-Audax, acabou sendo a aposta da vez. A necessidade
fez com que ganhasse uma chance e despertasse, marcando três gols em
três jogos, o último deles na quarta-feira, que garantiu a vitória por 1
a 0 sobre o Corinthians no Maracanã
A situação simboliza o trabalho do Botafogo durante a temporada. Desde o
início do ano, a diretoria optou por não fazer grandes investimentos,
manteve uma base de 2012 e contratou jogadores experientes, que estavam
sem contrato ou em busca de novos ares. Os casos mais emblemáticos são
os de Bolívar, ex-Internacional, e Edilson, ex-Grêmio, que rescindiram
seus contratos e assinaram por um ano, e Julio Cesar, em fim de contrato
com o Fluminense, que firmou vínculo de duas temporadas.
A formação do elenco ainda teve a promoção e efetivação de destaques
dos juniores, como Vitinho, Gilberto, Sassá e Octávio, e a volta de Alex
do empréstimo aos Emirados Árabes. A maior contratação acabou sendo o
atacante Henrique, que pertencia ao São Paulo e pelo qual o Botafogo
pagou R$ 3 milhões para ter 50% de seus direitos econômicos.
- Igualo minha felicidade com a da torcida pela maneira como tudo está
acontecendo, com o Hyuri fazendo seu terceiro gol, este decisivo, que
nos deu os três pontos. Um menino que vimos no Carioca e de repente
veste a camisa do Botafogo, conquistando a torcida de forma veemente. É
uma tacada de 100% e me alegra muito. Um cantor todo mundo vai aplaudir,
pois estão ali para isso. No futebol, há a interferência direta do
adversário. Quando consegue que um jogador faça isso é um momento de
muita felicidade - disse Oswaldo.
Técnico do Botafogo desde o início do ano passado, Oswaldo vê
semelhanças com a situação que viveu no Japão, onde ficou cinco anos no
comando do Kashima Antlers. Segundo ele, o trabalho neste segundo ano de
clube é o mesmo que fez em terras japonesas no mesmo período.
- Volto a lembrar o que acontecia lá, de captação de novos valores,
apostas. Lá, todo mundo concorria para que as coisas acontecessem e eu
sabia que daria certo. Vejo muitas semelhanças com o que vivi no Japão -
explicou Oswaldo.
Um desses exemplos no Botafogo é o lateral-direito Edílson. Terceira
opção para a posição, que contava com Lucas e Gilberto, acabou recebendo
uma chance no time com a lesão dos dois principais nomes para a
posição. Acabou dando passes para os dois últimos gols do Botafogo.
- Ele chegou com referências boas, mas não vinha jogando, nem parava em
clube algum. Mas com a qualidade que a gente via e as informações, cedo
ou tarde faria isso. Isso não é sorte, é determinado e planejado, o que
todo mundo no Bota tem se dedicado a fazer - afirmou Oswaldo.
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