Seleção brasileira e torcida parecem ter feito as pazes na Copa das Confederações. O pedido de carinho vindo dos campos foi atendido, assim como os anseios por raça, entoado das arquibancadas. Mas, a identificação dos brasileiros com o time de de Felipão vai além da boa atuação e do título da competição. Para Francisco Carlos Teixeira, professor titular do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, a identificação do torcedor com os jogadores como Neymar, Fred e Hulk pode ter ajudado
- Temos o Neymar, que o mundo está acontecendo à sua frente, o Fred, competente e esperto, e o Hulk, absolutamente popular. A gente produziu um resumo da nação. Neymar, Fred e Hulk são a nação brasileira - afirmou o professor do Iuperj.
O momento que o futebol brasileiro vive é de resgate das atuações de gala da Seleção, além do orgulho pelo Brasil que dá certo em campo. Sem esquecer do recado que foi gritado fora dos estádios pela melhoria dos serviços públicos.
- Sempre se pensou que com um grande jogo de futebol tudo se acalmava. Embora continue sendo um esporte amado, uma atividade do povo brasileiro e que tem uma marca brasileira, ele não foi capaz de abafar as manifestações de mal-estar da população - disse Francisco.
O maior símbolo desse momento marcante, e também da Copa das Confederações, foi o Hino Nacional. Cantado à capela por torcedores e jogadores, depois do tempo estipulado pela Fifa, foi um incentivo a mais para os atletas do início ao fim do torneio. Na opinião da professora de cultura brasileira Luisa Chaves de Melo, essa atitude ajudou a minimizar a superioridade espanhola na decisão antes mesmo de a bola rolar.
- Os jogadores brasileiros ficaram perfilados esperando a torcida acabar de cantar o Hino e, com isso, os espanhóis também ficaram. Eles começaram o jogo entrando no nosso ritmo, entrando no nosso tempo, se ajoelhando à nossa magnitude como país, como nação, como seleção - afirmou.
E um momento de rebeldia dentro dos estádios, para o professor do Iuperj.
- No momento que a população dentro do estádio continuou cantando o Hino Nacional, além daquilo que a Fifa tinha definido, houve um gesto de desobediência e de rebeldia.
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